
Sem pestanejar a verdade sai, e sai nua, sem piedade para com quem a recebe. E fazer com que ela fique um tantinho a mais intragável não é tarefa impossível. Sem nenhum som, nem mesmo um ruído de consciência a doer em mim. Só há esse amargor e esse silêncio. Não há fé. Não há nada além do silêncio.
- Por favor, silêncio!
- Ainda nada?
- Só o Silêncio!
- Ta ouvindo?
- Eu também não!
- É Ele?
- Não, é só o silêncio d’Ele!
Ele não fala mais comigo, ou seria eu quem não falo mais com Ele? A verdade é que esse silêncio dificulta nossa comunicação. Fala alto! Fale comigo! Chegue aqui perto de mim!
É a frustrante tentativa de te ouvir, de te ouvir... De ouvir você!
- Então ainda nada?
- Nada além de silêncio! Desisto.
Não posso mais aprender em silêncio, não há o que se curar, nem o que se tratar... Só existe um absoluto, inegável e tangível silêncio!
Pshii...Silêncio...
...Renata...